100 milhões de casa de vício, tudo a ver
Cada adulto faz da vida o que bem quiser, mas arca com as consequências, e se achamos errado, por exemplo, neguinho viciado em jogos de azar, azar dele, pensamos os que não temos esse vício. Quem é viciado em cigarros ingere 4.700 drogas viciantes e não se dá conta do redemoinho em que está metido bem no meio, e com a dependência química dessas drogas que fazem parte do cigarro, tem pequenas possibilidades de saída: azar também o deste, pensamos nós que estamos fora. Vem o governo, a bem da moral e da sanidade, querer proibir uso de dinheiro do bolsa família apostas das bets: azar do governo que autorizou o funcionamento desses cassinos eletrônicos, tão danosos como eram os bingos físicos, que, analógicos, já geravam lucros lunáticos, mesmo com os custos altos para alugar um galpão, contratar gente para ficar distribuindo cartelas etc. Hoje em dia, como qualquer tonto tem um celular à mão, é só fazer umas propagandinhas em patrocínios de programas populares, principalmente os esportivos, cujas cotas de publicidade são mais bataras, prometer 100 reais de bônus para usar de cara!, de graça, na conta, bastando, para usar, se cadastrar e a festa tá feita. (Festa dos donos, bem entendido).
Essas empresas estão metidas em quase todos os times de futebol do Brasil, de uma forma ou de outra, do mesmo jeito que estão metidas, direta ou indiretamente, em apostas fraudulentas envolvendo jogadores e familiares destes, via conversinha vazada em casa e gente apostando no que o cara acabará praticando em campo, coisas incomuns, inesperadas para apostador comum, o incauto apostador, aquele mesmo que se cadastrou porque viu a propaganda de patrocínio em programa que assiste, cadastrou-se por causa do dinheiro creditado na hora na conta e torrou tudo e um pouco mais e perdeu porque alguém foi favorecido porque tinha uma informação de quem praticaria o ilícito porque estava em campo. É assim que é. Mas o futebol já é feito de negociata, CEO compra "caro" jogador de time, recebe uns caraminguás por fora na forma de comissão, paga comissão ao CEO do clube que vendeu para ele e vende outro para outro time do mesmo jeito e paga e recebe e todo mundo vai em frente, pagando comissão a Deus e todo mundo, além de salários nível Europa para jogador meia-boca. Apostas caem como uma luva nesse mundo. No caso dos torcedores, viciados e não, o que importa é saber que vão entrar milhões para possibilitar ganhar do rival, que faz a mesma coisa com outra casa de apostas e assim vamos. "Ah, mas o Palmeiras é diferente": diferente onde, cara pálida? O que manda é engabelar o apaixonado, esse mesmo que mata torcedor do Cruzeiro, em emboscada na rodovia, vai para a cadeia em nome dessa paixão, para esse tá tudo bom, tá tudo bem, vamo que vamo! "Ah, mas a Leila é mulher de sucesso, não deixará desviar os rumos": quem te falou, gente boa? Ela é empresária bilionária, e ela, num time vencedor, alavanca ainda mais seus negócios lícitos, são auditados e tudo. Melhor do que ser dono de uma bet: financeira e faculdade dão tanto lucro quanto ter como cliente viciado em jogo, todo mundo tá endividado ou é viciado em compra e parcelamento de cartão de crédito e está com nome sujo, e na propaganda aparece "crédito para endividado e negativado": é ou não é negócio lunático também, com lucros do outro mundo?
Só para fechar, os viciados em jogos, mesmo sem ingerirem substância nenhuma viciante, como as que têm o cigarro, caem no vício das telas, na chamada "hipercuriosidade" de ficar passando o dedo para a tela descer, subir; subir, descer e o cérebro ficar cada vez mais curioso para ver o nada que tem acima e abaixo da tela em foco. Daí para ficar hipnotizado e jogar apenas para ficar ligado na tela e dar uns dinheirinhos para encher os bolsos das empresas espertinhas é um triz. 100 milhões assim, do nada, jogados num time de futebol para quê? Acha que isso vai aumentar o número de viciados na empresa bet? Imagina! Precisava gastar 1 centavo com nada! Então, vai ver é porque está saindo dinheiro pelo ladrão, como no dito popular. E com essa grana toda, o futebol, que já é um mundinho à parte, onde todo mundo faz negociata com todo mundo e ninguém paga direito a ninguém e continua todo mundo negociando com todo mundo, aí é a festa feita. Azar...
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