"Ditadura nunca mais": esquece isso, tudo é apenas arte atualmente, vide o 8 de janeiro.

Foto reprodução/TV Cultura

O Provoca, TV Cultura, terças-feiras, 22 horas, é um ótimo programa, refeito e atualizado para ser a continuação do Provocações, com o saudoso Antonio Abujamra. Só que não. É competentemente apresentado pelo ótimo Marcelo Tass. E o de ontem, com o Marcelo Rubens Paiva, eu compreendo perfeitamente as posições dele, ficou famoso com o Óscar, mas, independentemente deste prêmio recente, ele e os demais que pensam como ele têm o mesmo "ódio" (ódio entre aspas, pelo amor de Deus!) e o mesmo sentimento pelo outro lado de mesma proporção e tamanho que sentem os do outro lado pelas posições que esses defendem, e os pensamentos oposto acabam por se manifestar ruidosamente de parte a parte, hoje podendo dizer tudo, graças à democracia que temos, sem se importar se ofendem uns aos outros, cada um tem suas razões, suas convicções. Não acho que se deva esquecer o que foi feito, de parte a parte, mas os méritos que têm os que lutaram contra aquele estado de coisas, têm os que lutaram contra os que lutavam contra eles, por que não? "Ah, você tá defendendo a ditadura?" Nunca! Imagina, Deus me livre, nem aquela nem a que tentaram implantar agora, muito menos ainda, estou apenas defendendo o que pensam uns e o que pensam outros. "Ah, mas você é um idiota": tá vendo? Só tem mesmo um lado... Não há deuses e demônios em luta, tipo o bem contra o mal, o que eu digo agora sobre o que passou é que cada um pensava de um jeito, me refiro aos fatos, e cada um usou as armas de que dispunha para pôr em prática o pensamento que carregavam. Mas há os que ainda pensam em ditadura, mesmo hoje em dia, mas ditadura hoje em dia não, né? Não cabe. Ainda mais nos moldes que quiseram implantar, por meio de um golpe militar à moda das Repúblicas de banana típicas da América Latina e dos confins da África. Lá ainda cabe, são países miseráveis, com ruas de terras nas principais cidades, por exemplo, só para citar um exemplo. Lá, os recursos minerais é que são a moeda de troca com as empresas estrangeiras, para cujos acordos forças lutam umas contras as outras, cão comendo cão em troca das propinas corruptas, e quem consegue, leva. Aqui, não! E a luta contra essa repetição por aqui, hoje é feita nos tribunais e na imprensa. E funciona, viu? Ficar remoendo nas publicações de livros faz parte, nos roteiros de cinema, faz parte, tudo é arte, e ainda que boa parte não seja ficção, o aprendizado não deve ser por criar ódio, criando também força do outro lado, deve ser entendido como arte, simples assim. "Ah, mas você está pedindo para esquecermos os tempos de chumbo?" Claro que não! Apenas estou relegando ao plano que deve ficar acontecimentos circunscritos à época que aconteceram, com a justificativa de que as instituições sólidas que temos no Brasil, em que pese o ódio por eles que têm os que vivem em tempos passados, os reacionários, a sociedade civilizada moderna e urbana crê na ordem como caminho para o progresso tanto pessoal quanto social, e é assim que vamos, tenho convicção.

(Eu penso isso, pense você o que quiser).

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